
O Don Juan, que se apresentava como Fernando José de Souza, chama-se, na verdade, Paulo Roberto Tinoco Bonafina. Ele se passava por médico, fazendeiro, corretor de valores, cientista político ou empresário - conforme a vítima.
Depois de enganar mulheres em vários estados do Brasil, Paulo Roberto foi preso quarta-feira passada em Campos, no estado do Rio, diante da casa de sua última vítima. Ela é professora de 41 anos, separada, três filhos pequenos. Os dois se conheceram há quatro meses pela internet, num site de relacionamentos.
“Ele mandava poemas lindos pra mim, eu mandava pra ele também, fazia declarações de amor. Nunca me passou pela cabeça, até cair a ficha hoje de manhã”, diz a mulher.
Aí já era tarde - a professora tinha perdido R$ 11 mil. Paulo Roberto sacou o dinheiro com o cartão dela, depois de conseguir a senha.
“Agora eu tenho vergonha dos meus filhos por conta disso. Com que cara eu chego lá agora? O Fernando era um estelionatário. Eu trouxe um estelionatário pra dentro da minha casa”, lamenta a professora.
Paulo Roberto já tinha algumas condenações. Preso em 2002 no Rio, fugiu quatro meses depois, para fazer novas vítimas Brasil afora. Sempre mulheres. Usava a sedução como arma, além de uma coleção de mentiras. Em Campinas, interior de São Paulo, conheceu uma universitária.
“Ele começou a falar que ele morou 18 anos na Itália, que ele tem um frigorífico lá e que ele está trazendo uma franquia desse frigorífico aqui pra Campinas”, relata a universitária.
Em Belém, Paulo Roberto se apresentou como professor para uma mulher, que também conheceu pela internet. Ele se propôs a ajudá-la em alguns trabalhos. Chegou a ficar hospedado na casa dela. De repente, desapareceu.
“Quando eu percebi a coisa toda ele parou de telefonar, de repente, de uma hora pra outra parou de ligar. Quando eu percebi na minha bolsa o meu cartão não estava”, lembra a vítima.
O prejuízo dela foi de R$ 10 mil.
Quando chegou preso à delegacia, Paulo Roberto não perdeu a pose. Continuou representando. Diante das câmeras, tentou pôr a culpa nas vítimas.
“Se eu colocava as minhas mãos no dinheiro delas é porque elas me davam o dinheiro. Alguma vantagem elas queriam. Volto a dizer, você me acha um espetáculo de homem? Não sou”, declarou Paulo Roberto.
Mas antes disso, quando não sabia que estava sob a mira ddas câmeras ele finalmente assumiu sua verdadeira face.
- Se você tiver que se definir o que você é?
- 171
- E o que é ser 171?
- É ludibriar, enganar, se aproveitar. Comecei a ter algumas mulheres, comecei a aplicar alguns golpes através dos meus conhecimentos de internet...Oportunistas..Aproveitadores(...)
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